TROPEIRO DE ILUSÕES

Toca o berrante,

tropeiro de sombras,

que o canto corta o céu!

No estirar do laço

lança teu destino

estouro de boiada,

lépido tropel...

Toca o berrante,

tropeiro de sombras,

que o canto corta o céu!

No romper da aurora

segue tua sina,

o dever te anima

descubra teu campo.

Já morreu o zaino,

ficou o chanfalho

e, no cantar do galo

o teu canto é pranto.

Toca o berrante,

tropeiro de sombras,

que o canto corta o céu!

Foi peão de estância,

tordilho de má sorte

cabresteia a morte,

cria de satã.

Na bruma da noite,

sopra o minuano

traz tua esperança,

sonho no amanhã.

Toca o berrante,

tropeiro de sombras,

que teu canto...

é pranto!!!

(Edna Lautert - poesia sertaneja editada na obra Letras Contemporâneas II, em outubro de 1999, pela Igaçaba Produções Culturais - Coletânea de escritores convidados).

Edna Lautert
Enviado por Edna Lautert em 04/04/2007
Código do texto: T437937
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.