Deus, o mate e eu
Chimarreando só
Passo a perna na saudade
E busco a simplicidade, no aconchego do lar
De modo que, ao relembrar, as aventuras que tive
Sinto o amor que ainda vive
No meu peito a viajar
Passeio nas avenidas
No campo e na cidade
Bem longe da falsidade
Que ronda nosso rincão
Me basta um bom chimarrão e as amizades que cultivo
Para cada mate um amigo
Prá cada sonho um tostão!
De cuia em cuia eu me sirvo
E da vida não me despeço
Vez por outra se tropeço
Não caio no desespero
Mas, se me vejo no entrevero
Busco Deus, Nosso Senhor
Que de bom, só o Criador
E o mate amargo que encilho.
(Edna Lautert - jornalista e vice-presidente da Academia Santo-angelense de Letras)