MANDACARU, A ROSA DO SERTÃO
Sandra Mamede


Mandacaru, a Rosa do Sertão
(Poesia baseada na crônica do Marco Mota “A Flor do Mandacaru”)


Planta típica do sertão
que acompanha o nordestino
durante toda a sua vida.
Planta agreste, que fere,
mas também cura,
pois vem como solução,
como último recurso,
e também como salvação.
Pois alimenta aos homens,
e também aos animais.
E na caatinga feia, seca, sem vida, deserta,
ele se mantém imponente,
mesmo debaixo do sol escaldante.
E no meio da seca maldita,
para passar esperança, e alegrar o sertanejo,
que tem o seu rosto marcado,
com sulcos profundos e firmes
igual ao leito dos rios secos,
com o seu olhar triste,
implorando pela chuva,
para conseguir sobreviver,
O mandacaru feio,
cheio de espinhos pontudos,
num esforço supremo,
para passar alegria,
e com ela a esperança,
para aquele povo sofrido,
tira da sua feiúra,
uma beleza inédita,
e mesmo naquela seca,
reunindo suas forças
deixa brotar uma flor,
muito bela ..mas sem cheiro,
dando vida a caatinga,
semelhante a “rosa de Hiroshima”
que brotou das cinzas radioativas
voltando a dar vida e esperança à terra.
Como a flor do mandacaru
que além de muito bela, traz de volta a esperança
pra aquele povo sofrido,
pois o sertanejo sabe,
que quando essa flor nasce,
está querendo avisar,
que a chuva está pra chegar.


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