No Maranhão tem

Territorial abrigo de povos associados

Nas vias e veias do Maranhão todo

Tem o quente sangue racial

A fé seguindo a Procissão do Divino

O valor histórico do francesismo-brasileiro

Está no feito guerreiro conquistado

Pelos lusitanos e afrodescendentes transportados

Se conseguem ferir o teu digno

Distingui-se por excepcional e rara beleza

Tiquira, Cacuriá e Jussara

Sonhar é reviver, e conjuntar à cultura, é uma tara

Tens batuques no chão tupiniquim

E peixe vindo na canoa, do rio em cio

Entre muitas águas, o Pindaré e o Mearim

Tem no Maranhão, até mesmo sonho cor de rosa

Guaraná com o nome “Jesus”, alcunhado

Um dos raros símbolos de sua gente

Seria a fórmula de um certo medicamento

O farmacêutico Jesus Norberto Gomes, “errou” e “acertou”

Por acaso, em 1920, foi inventado

E transformado em tradição restrita ao Estado

Coisa rica é o boizinho barrica

Azulejo, e molejo na pedra, ao tambor de crioula

Assim como o pescador é do rio e do mar

Onde o índio tem a terra que ainda luta por ela

Quantas histórias e cores, e mais forte, a negral

Outro boi também é o bumbá

E o dançar gira sensual

No Maranhão tem a lenda do bacuri

(fruto carnoso, com polpa amarela)

Essa imaginação indígena diz:

“Àqueles que provam o bacuri

Convém dar as costa à Lua

Para que ela não se zangue

Prejudicando a safra da fruta”

Tens o luar cantado em toadas

Ao céu, ecoam-se o som dos tambores

E lençóis de areia parecendo sal e maresia

Feitiço de serpente encantando amores

Lá, o sol vive avermelhando o dia

No Maranhão, quem chega não que ir embora

E quem sai, de saudade chora

George Lemos
Enviado por George Lemos em 06/06/2013
Reeditado em 23/10/2013
Código do texto: T4328374
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