Rios
O Gonzaga já cantou
Falou de sua importância
Das águas que eles têm
E águas com abundância.
Pernambucano de rocha
Entende o que eu tou falando
Dos rios que aqui passam
E alguns tão já secando...
E quando a chuva descer
Do São Francisco ao Ipojuca
Basta encher um pouquinho
Pra ficar tudinho de bituca.
Um dos meus sertões queridos
Não recebe o nome em vão
Tem o rio Pajeú, e desse oásis
Sertanejos, as lágrimas consolarão.
Rio Una maravilhoso
De águas tranquilas, paradas
Nos lugares que ele passa
A sede é saciada.
O Capibaribe corre no nosso Recife,
Um rio no litoral?
Pois é, mesmo com tanta água
É capaz de nós morrer, só bebendo água com sal.
Quantas coisas desses rios
Nós podemo falar
Promessas e mais promessas
Mas só ouvimos falar.
Anos e anos passaram
E aqui nada mudou
Promessas e mais promessas
E a seca ainda não findou.
O gado morre de sede
A asa branca voou
Por falta de água aqui
Nem Carniça pra urubu sobrou.
Águas e águas rolaram
Enquanto viveu Gonzagão
E ainda depois de morto
Nada mudou no sertão.
O sertão te muita sede
De ter água à vontade
E da seca, por sua vez
Não sentir nem saudade.
Vou me embora de á pés
Sem nem nos riachos parar
Sabendo que todos rio
Vão bater no mei do mar.