PRECE

Dê-me uma gota,

Aqui bem no meu rosto,

Fria, suave e pura,

Rolando pela testa nua.

Dê-me alguns pingos,

Dourados, cilíndricos, leves,

Encharcando meus cabelos sujos,

E esta terra tão estéril.

Dê-me um trovão atroz,

Rasgado, forte, retumbante,

Explodindo esse céu escuro,

Arrepiando minh'alma pagã.

Dê-me um raio fulgurante,

Elétrico, faiscante, fúlgido,

Riscando a noite mórbida,

Queimando meus olhos de insônia.

Dê-me uma esperança viva,

A fé, o ânimo, o alento,

Pois, essa seca inclemente,

Estorricou até meu coração.

GESSIMAR GOMES
Enviado por GESSIMAR GOMES em 27/03/2013
Código do texto: T4211111
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