AOS OLHOS DO SINEIRO

Nas antigas torres de igrejas sanjoanenses,

Bronzes descortinam vão silentes das horas.

E, soando seus timbres em tais quermesses,

Perfumam-se em torno das flores crucifloras.

As mãos que se ungem em divina procissão

São almas em litanias, perfazendo caminhos.

Por sobre ornamentais tapetes de devoção,

Revelam-se rituais de litúrgicos pergaminhos.

Em velas acesas a se soprarem aos ventos,

Vozes postas a se declamarem em cânticos...

Nas vias crúcis, rasouras, homilias e tentos,

Geram-se cinzas de raros ares sicomânticos.

E o céu, em névoas que se coram pelo olor,

Reveste os fiéis e sentinelas que matracam.

Ao redor dos andores, entre buquês em dor,

Sacros ecos que ao ar celestial se abarcam.

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 27 de março de 2013.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 27/03/2013
Reeditado em 09/12/2017
Código do texto: T4209586
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