Dia 21 ontem: DIA DA POESIA
HÁ POESIA PORQUE
MEU CORAÇÃO PULSA POESIA!
MEU JAÇANÃ CRIANÇA
Era uma gritaria só...
Bem criança ainda nem desmamara...
Desmamei com seis anos.
Mãe jogava bico fora, mamadeira
Era garrafa de Malzbier, pescoço longo
Eu ia buscar na farmácia.
Inda ganhava punhado de balas rebuçadas...
Era uma gritaria só...
Dona Ruth Professora vizinha disse:
_Fica em casa não venha...
Vá olhar o João Alfredo
(Filhinho nenê de Da. Ruth)
Fiquei...
Todos foram pra banda da linha do trem...
A buscar não sei o quê?
Depois dum tempo
João Alfredo dormia,
Bem devagarinho
Fui me achegando também
Passando ao lado da chácara da Dona Tereza
Os pés de couve altos pareciam alcançar o céu...
Na beira do barranco entre os pés couve-manteiga
Uma manta de nenê branca aberta esperava...
Ninguém por perto, sumiram.
Devagar, morrendo de medo
Cheguei ali na beira dos trilhos
O trem parado.
Entre as rodas
Parei, assuntei e tremi ao ver
E pude entender o porquê, da gritaria...
Era um homem do nosso bairro
Aqui e ali
Os pedaços
Até sua cabeça
Com, olhos fechados...
Não se mexia dele nada.
Nunca eu vira alguém assim,
Pensei que ia se ajuntar e viver.
Até hoje é viva na memória a cena...
Depois bem depois, ouvi
Adultos em conversa:
Que eles brigaram.
www.museujaçanã.com.br
Ele se trocou, se arrumou bem
Envolveu seu filhinho na manta branca
Beijou e colocou ele entre os pés de couve
E foi querer parar o TREM,
NÃO CONSEGUIU...
*
Brasil - Associação Internacional de Poetas
HÁ POESIA PORQUE
MEU CORAÇÃO PULSA POESIA!
MEU JAÇANÃ CRIANÇA
Era uma gritaria só...
Bem criança ainda nem desmamara...
Desmamei com seis anos.
Mãe jogava bico fora, mamadeira
Era garrafa de Malzbier, pescoço longo
Eu ia buscar na farmácia.
Inda ganhava punhado de balas rebuçadas...
Era uma gritaria só...
Dona Ruth Professora vizinha disse:
_Fica em casa não venha...
Vá olhar o João Alfredo
(Filhinho nenê de Da. Ruth)
Fiquei...
Todos foram pra banda da linha do trem...
A buscar não sei o quê?
Depois dum tempo
João Alfredo dormia,
Bem devagarinho
Fui me achegando também
Passando ao lado da chácara da Dona Tereza
Os pés de couve altos pareciam alcançar o céu...
Na beira do barranco entre os pés couve-manteiga
Uma manta de nenê branca aberta esperava...
Ninguém por perto, sumiram.
Devagar, morrendo de medo
Cheguei ali na beira dos trilhos
O trem parado.
Entre as rodas
Parei, assuntei e tremi ao ver
E pude entender o porquê, da gritaria...
Era um homem do nosso bairro
Aqui e ali
Os pedaços
Até sua cabeça
Com, olhos fechados...
Não se mexia dele nada.
Nunca eu vira alguém assim,
Pensei que ia se ajuntar e viver.
Até hoje é viva na memória a cena...
Depois bem depois, ouvi
Adultos em conversa:
Que eles brigaram.
www.museujaçanã.com.br
Ele se trocou, se arrumou bem
Envolveu seu filhinho na manta branca
Beijou e colocou ele entre os pés de couve
E foi querer parar o TREM,
NÃO CONSEGUIU...
*
Brasil - Associação Internacional de Poetas