Semente de Sumaúma
Baía do Guajará, Belém, 16 de março de 2013.
Não me acuses assim de viver sem ti
Eu viajo sim mas por manter enfim
O nosso lar
Cantinho de amor
Ao querer uma prova se penso em você
Ofereço o que meus olhos foram um dia ver
Um Rio Mar
Repleto de amor
Eu oferto a noite mais brilhante a luzir
Do lugar mais sagrado que é Xapuri
Imagino que estás
A dançar um boi em Parintins
Te trago as vestes de índia sentir
Juruti.
Compreendo a saudade que trago comigo
Não quero sofrer e juro não consigo
Teus olhos lembram
O belo Rio Negro
Reparo um rosto que abala a mente
Faço a tarefa e volto velozmente
Pra bela formosa
Olhos Rio Negro
Quero te dar a joia quando estivermos a sós
De sementes bonitas do rio Tapajós
Eu sonhei que estavas
Tomando banho no rio Arapiuns
E mergulhando com pudores nenhum
No Xingu
De Monte Alegre dou-te o mistério antigo
De cuias pintadas por povo já sumido
Do rio Paru
Orquídea dos montes
Empresto a chuva vinda de meu doce Jari
Que banham menina e te fazem sorrir
E escorrem água
Limpinha dos montes
De campos vastos gravo e te passo imagem
Do Cajari pedras que parecem miragens
Comprei-te anel
Polido coco de murumuru
Podia ter sido de um babaçu
Do Moju
Sinta o vento de Chaves que te admira
De Afuá açaí a tigela que mui nutrira
Gerações
De gente tão forte
Te protejo do frio de inverno de Gurupá
Não imaginas farinha melhor do que Bacá
e pensamentos
de gente tão forte
Remédio bom de Breves garantido que há
Andiroba e pracaxi lá do rio Mapuá
Imaginas que lindo
Ceú azul que cobre toda Portel
Curralinho dá o mais doce mel
Beijo seu.
Da Praia Grande Ponta de Pedras que é
São Sebastião a ponte de passos de fé
Repares as cenas
Da reza na igreja de Barcarena
De olhar pra Belém da casa pequena
Baía amena.
Não me acuses assim de viver sem ti
Pois levo na mente o que já entendi
É nosso lar
Cantinho de amor...