Caiçara jangadeiro
Eh jangadeiro...
Eh jangadeiro...
Jangadeiro eh...
Vai jangadeiro...
Navega rumo ao mar...
Caiçara rema... Rema...
Para os braços de Odoyá!
Joga a rede no mar jangadeiro!
Desliza sobre o mangue
Banha-se nas fortes corredeiras
Caminha por entre folhas úmidas e tenras.
Prepara o alimento na casa da farinha:
Banana ouro, farofa e sardinha.
Trança a folha da palmeira
Medita ao som da rabequeira
Entalha a escultura de Iyá Iyá...
Entoando preces a Rainha do Mar.
Desbrava as estradas do sertão
Vence as montanhas do Vale
Bebe da fonte; da mina
Chora e ri nas trilhas de Santa Virgínia.
Da brejaúva faz peão
Do patizeiro construção
Da juçara alimento
Da gamiova ornamento.
Sou cria das terras litorâneas
A natureza é meu mundo...
A jangada meu acalanto...
A floresta meu mistério e encanto.
Navegando... Vencendo as turbulências...
Dispensando cantigas de amor ao oceano
Sou caiçara jangadeiro... Sou a alma do litoral...
Filho, pai e amante... A força de uma cultura ancestral.