Rapadura d´ócio

Dizem, não sei se há verdade nisso

Que o que dignifica um homem

É o sustento que vem do seu trabalho

Eu de minha parte, nada faço, parasito

Sou como as traças que se alimentam de papel

As palavras fazem de mim um duplo parasita

De palavras e de papel digno

Se por outro lado a rapadura que dá sentido ao poeta

Então meu papel, Fala do alimento que sustenta a vida

Como ser doce na imaginação da vida dura, dura e dura

Mas que de tão dura não se deixa cair em amargura.