Fado carioca

Quando a tristeza em mim sufoca

Componho um fado quase lusitano

Mas com esse meu jeito carioca

Não consigo completar meus planos

A angústia, mãe do desespero provoca

Em minha alma de poeta suburbano

Os lampejos da arte que em mim toca

Meus mais sofridos desenganos

A dor que recebo em troca

Dos versos que choram puritanos

Enchem minha vida parca

Em dias de chuva, todos os anos

Meus versos tortos que a inspiração evoca

Soam maltrapilhos, rotos, profanos

Acabam em versos tipicamente cariocas

O que seria um fado lusitano...

José Benício
Enviado por José Benício em 20/12/2012
Reeditado em 28/12/2012
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