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Quero multiplicar. Dar-me!
No galanteio de um abraço, meio rito,
tomarei da própria carne
e seguirei repartindo meu pedaço infinito.
Quero dividir a vontade,
nem me supor íntegro desse charme
que perfuma os rios da tarde
e badala uma estrela sem tocar alarme.
Como na ceia do ocaso,
assim serei alimento que se reparte
— pão e vinho em árvores, floridos no Natal.
Cada molécula corporal,
tudo darei com fineza e arte,
por quanto remanesça uma pétala no vaso.
"Se na vida nada dei,
que alegria na vida terei?"
— Ana Flor do Lácio – "Dar", 2012.
que alegria na vida terei?"
— Ana Flor do Lácio – "Dar", 2012.
Quero multiplicar. Dar-me!
No galanteio de um abraço, meio rito,
tomarei da própria carne
e seguirei repartindo meu pedaço infinito.
Quero dividir a vontade,
nem me supor íntegro desse charme
que perfuma os rios da tarde
e badala uma estrela sem tocar alarme.
Como na ceia do ocaso,
assim serei alimento que se reparte
— pão e vinho em árvores, floridos no Natal.
Cada molécula corporal,
tudo darei com fineza e arte,
por quanto remanesça uma pétala no vaso.