Cheiro de Minas
 
Minas, terra das Minas;
Garimpo da alma, do jeito mineiro,
De quem não se mostra, não por inteiro,
Aguça os sentidos do forasteiro.
 
Afeto de mãe brotando do forno;
Cheiro de café, gosto de bom dia;
O leite da vaca que sai quase morno;
Acordar em Tiradentes parece poesia;
 
Tem festa na praça em Mariana;
O cheiro barroco de suas igrejas;
Orvalho da serra em Ouro Preto;
O perfume ousado de Dona Beija.
 
Se o trem de São João fosse lá pro Vale;
Quanto sabor iria provar!
As traíras fritas do velho Chico;
Alguns diamantes pra lapidar.
 
Leite e chocolate no sul de Minas;
Rocambole famoso já nasce dourado;
As frutas lá do cerrado;
Arte do queijo, sabor perfumado.
 
Vamos correr lá no morro!
Vento no rosto, em Piracema;
Depois prosear, modas de viola,
Coisas de Minas, de quem nasce mineiro.
 
Ouvindo estes versos sem rimas,
Pode-se sentir o teu cheiro,
Mesmo não sendo de Minas,
Mas tendo coração de mineiro.