A origem me espera
Distante do lugar de origem
Vivendo numa cidade de estranhos
Entre nativos e estrangeiros
Muita fila, pressa e atropelo
Automóveis, stress e briga emergente
Têm bastante caras feias
Nos compromissos de muita gente
Para a Serra quero voltar
Lá é o meu destino onde eu fui menino
A mata então, me faz lembrar, sem maldade
Das caçadas com baladeira, aos bonitos passarinhos
E do banho no riacho, nu feito um indiozinho
Lá eu nasci, lá é o meu lugar, e não vou me estender
Quero me refugiar para um pouco mais viver
Sou realmente de outra Terra
O nome é Ibiapaba, uma grande Serra
Perto do céu, onde o verde é a cor do amor
Cristalinas, as águas nascem nas colinas
Mas de repente acontece um tempo seco
Mesmo que seja pouco, ele insiste e convive
Mas superação existe, e em tudo dar-se um jeito
Percebo vindo do tempo, um vento muito frio
Que balança as longas palhas do coqueiro
E de longe, passa perto o sentir
Do gosto doce da manga rosa, o aroma da roseira e do buriti
Faro de terra molhada, da flor do maracujá e do cajueiro
A boiada faz a cena igualzinho lá no Sertão
O orgulho então tremula dentro do meu coração
Se for pra ser simples e original feito um brejeiro
Quero pisar na lavoura e colher a fruta, o sabor e o cheiro
Muito nem preciso, pois por dinheiro não me escravizo
Confirmante é a saudade apertando o velho peito
É uma vontade, conchegar também, os sonhos pequenos
Lá na Serra Grande, poderei ter desejos feito quimera
E sossegado, saciar a louca ansiedade que desespera