A origem me espera

Distante do lugar de origem

Vivendo numa cidade de estranhos

Entre nativos e estrangeiros

Muita fila, pressa e atropelo

Automóveis, stress e briga emergente

Têm bastante caras feias

Nos compromissos de muita gente

Para a Serra quero voltar

Lá é o meu destino onde eu fui menino

A mata então, me faz lembrar, sem maldade

Das caçadas com baladeira, aos bonitos passarinhos

E do banho no riacho, nu feito um indiozinho

Lá eu nasci, lá é o meu lugar, e não vou me estender

Quero me refugiar para um pouco mais viver

Sou realmente de outra Terra

O nome é Ibiapaba, uma grande Serra

Perto do céu, onde o verde é a cor do amor

Cristalinas, as águas nascem nas colinas

Mas de repente acontece um tempo seco

Mesmo que seja pouco, ele insiste e convive

Mas superação existe, e em tudo dar-se um jeito

Percebo vindo do tempo, um vento muito frio

Que balança as longas palhas do coqueiro

E de longe, passa perto o sentir

Do gosto doce da manga rosa, o aroma da roseira e do buriti

Faro de terra molhada, da flor do maracujá e do cajueiro

A boiada faz a cena igualzinho lá no Sertão

O orgulho então tremula dentro do meu coração

Se for pra ser simples e original feito um brejeiro

Quero pisar na lavoura e colher a fruta, o sabor e o cheiro

Muito nem preciso, pois por dinheiro não me escravizo

Confirmante é a saudade apertando o velho peito

É uma vontade, conchegar também, os sonhos pequenos

Lá na Serra Grande, poderei ter desejos feito quimera

E sossegado, saciar a louca ansiedade que desespera

George Lemos
Enviado por George Lemos em 04/12/2012
Reeditado em 13/08/2013
Código do texto: T4018600
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