Perfídia de Itororó
Essa nuvem de atraso que se apossou de ti,
trouxe a tona feridas que a muito tempo foram esquecidas.
Tua terra tão fértil mais uma vez vai ser abandonada,
pelos os que te fazem ser tão especial.
Nas ruas vejo em cada semblante,
a história de um povo,
que desde cedo aprendeu na lida
os desafios da vida,
mas que por medo do progresso
deixou o retrocesso voltar.
Agora vê com lágrimas,
a colheita perdida,
e sente na pele que
há coisas que por mais que sejam queridas,
uma hora partem, para nunca mais voltar.
Tão jovem tu fostes,
tantos talentos atraires,
e hoje como um casal de amantes em despedida,
partes os corações,
de quem tanto se sacrificou por ti.
Não mais o comércio crescendo,
Não mais o povo construindo moradia,
Não mais o povo festejando a vida,
como se a vida nunca tivesse fim.
A ti foi entregue o sangue de uma gente sofrida,
que se agarrou a tua saia como um filho se agarra a mãe,
tão ingrata essa gente...
que não ver a luta da gente,
e parte sem olhar para trás.
O que será desse povo, que em ti ainda tinha esperança?
O que será de Itororó que graças a ti conheceu o progresso?
De frágil não tens nada, doce e vil flor,
o teu nome não faz jus a tua desmedida ambição.
Não é culpa da crise e sim do teu terrível coração,
que coloca teus produtos longe da massa da população,
Explorava os trabalhadores pagando um salário do tamanho do teu peito;
tu és o que é hoje graças a esse povo, e a gratificação que ofereces é apenas ingratidão
Flor cruel !
Explorou as nossas riquezas e agora nos deixa
Oh, Itororó! O que será de ti?
Esse ano fez tantas escolhas erradas.
Vai te filha ingrata! Perfídia dos dias meus.