Sertão onde deságua a esperança
Lá no Sertão, a vida verde, seca também fica
Numa terra climatizada pelo calor da luz solar
Em um eixo atmosférico global único
Vivem vidas valentes no Sertão cearense gente
Com lutas esperançadas, vontades, fé e costume
Desde suas origens na Fazenda Curtume
Possui literalismo em cada identidade
E superação com autonomia conquistada
A histórica nomeação descreve-se Nova Russas
Mesmo que haja intempéries escaldantes
Tens coragem, determinação e argúcia
Está no polígono secante, tropical e semiárido
Onde o sertanejo sabe dá um jeito em tudo
Com inverno ou sem ele, sobrevive o Juazeiro
Os açudes haverão de se completar
E as sementes agro pulsantes, desejam brotar
A velha estação do trem e quantas riquezas culturais
Onde o progresso causa o que se consome
Até a Rua do Progresso mudou de nome
Um destino crescente pela procura
Enquanto a desgastante seca tenta encontrar a cura
A água é reservada, consumida e controlada
Teu céu se faz testemunho com a linda cor azul
Sob temperatura de desejos e sonhos ferventes
Afinal é Nordeste, e a chuva é pouca
Há súplicas, pois a ansiedade é mesmo louca
Oh Deus, olhai a todos que aguardam chover !
Água é vida e muitas vidas necessitam dela para viver
Que sejam abençoadas tantas promessas
Para que a humanidade possa cuidar melhor da natureza
E poder os rios se encherem e as raízes florescerem
Terral banhado de sol e com lindas tardes calorosas
No terreiro, a cor mais bela da roseira
A casinha branca e o alpendre lembram um palacete
Vassouras de palha de carnaúba jogadas no canto
No chão batido, um banco velho e um tamborete
Sertão da literatura, de sangue e suor derramados
Outrora também habitado
Por indígenas Tabajara, Caratiú e Tupinambá
Os campos são férteis e esperam ser molhados
Tudo é saudade para quem precisou deixar o lugar
És sereno com brandura apenas na porção noturna
E abrilhantado com a visão mais linda da lua
Cidade do tecido rendado feito à mão chamado croché
De repousadas paisagens ornamentais
Que insistem apenas viver um pouco mais
Olha lá o galo no quintal e a flor de mandacaru !
A Pedra D’água. A Ponte de Ferro. O charme da primeira casa
Cenário que induz poema aos amores
Das moças bonitas aos olhos do céu
Belezas produzindo doce como se fosse uma Lagoa de Mel
Dos braços fortes do agricultor e do vaqueiro
Humildade está nas mãos calejadas e no chapéu de palha
A estrada ensolarada dá a linha do horizonte
Encena-se a revoada das andorinhas
Sertão brasileiro de vida simples e solidão vizinha
A todos os munícipes, por entrelinha destes versos
Uma comunidade novarrussense é homenageada
Salve a Escola Francisco Vieira da Silva
Do Distrito Miguel Antonio
Seu povo, sua história e seu patrimônio