Veredas da cosmo-polia

Grande sertão,

Sol, secura e alheamento aos problemas do comum.

Lindalva não tinha vontade de comer mostrada Heinz.

Não queria vestir Armani. O chinelo de dedos era o luxo.

Passava dias na Oscar Freire e não comprava sapatos.

Ali juntava o que sobrava dos poucos mortais

Juntava o que tinha ali e levava pra maloca.

Chegava, colocava a água no latão do forno a lenha.

Não era de pedra mineira, nem tinha acabamento.

Fogão dela era de blocos mesmo, crus.

Grande sertão de Linda era embaixo do viaduto.

Talvez pra ser castigada pela chuva também.

Era um sertão às avessas em uma vida

Cheia de eficácia em ser digna de lástima.

Kaio Barreto
Enviado por Kaio Barreto em 11/11/2012
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