PEGADAS
PEGADAS
Ainda mora nesta casa,
O som de tuas pegadas...
Em noites vazias, assombradas,
Elas vem me visitar.
Pisam lembranças guardadas
Pelos cantos do lugar.
Incomodam o silêncio
Com seus passos sedutores,
Só pra acordar as dores
Escondidas na platibanda...
Derrubam vasos de flores
Dispostos pela varanda.
Pedaço que já foi inteiro
Meio da mesma metade
Choro sem consolo
Que apelidei de saudade...
Nas noites que entras no rancho,
Gestos leves, pés de vento,
Revivo os momentos
Pelas frestas da memória
E o dono da luz do tempo,
Ilumina a nossa história.
Tua fala invade o quarto,
Teu perfume, “haaa... o teu cheiro
Enche a casa por inteiro
Com canela e alecrim,
E o teu sorriso trigueiro
É luzeiro para mim...