NO TEMPO DE LAMPIÃO
era um dia quente, o sol rachava a estrada
e eu longe de casa, com uma sede danada
menino esperto, gostava da vadiagem
caminhava muitas léguas, era dono da coragem
só temia uma coisa, na minha pouca idade
era quando Lampião tomava conta da cidade
não tinha ninguém que pudesse conter o bandido
o jeito era correr, rezar e ficar escondido
muita gente não escapava das garras do cangaceiro
era mais fácil Padre Cícero mandar cair um aguaceiro
nesse tempo eu tremia, contava os pecados meus
quando ele ia embora dava então graças a Deus
e assim o tempo passou, Lampião depois morreu
era muito sofrimento, só sabe quem conheceu