No sertão d'alma o olho se enturvava
Na retirante sorte que lhe pesava...
Ao andejar céu à dentro na incerteza...
Qui'noutro janeiro passaria sem beleza!


A terra estucada pró mode não vingá
Dividindo à penúria c'm o Carcará...
Sempre à espreita p'ra a fome aliviar...
Esquelético e esquisito ao adejar!...

Pelos céus ensolarados do meu Sertão...
C'mo lágrimas salgadas que tempera o chão,
Na colheita infértil e desazada da ilusão...
Do homem que se ajeita na Servidão!

Dum sofrer desassisado do próprio Coração
Que chora nas invernadas do Caramunhão,
Ao deixar à sua terra p'ra viver na extrema-unção,
Do corpo e d'alma numa completa desolação!...




Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 28/08/2012
Código do texto: T3853403
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