Esiagem
Estiagem
Olho a linha azul do horizonte
Mergulho na relva do infinito
Vôo nas asas do vento
Espargindo o pólen da germinação
A tarde sacoleja o milharal
Grávido de as espigas
Reproduzidas no nosso chão.
Chega a estiagem
O sol cresta e arrasta
Tal qual o fogo da paixão
Surge a lua fria
Migram andorinhas
O céu empalidece.
Debruçada no vento do desejo
Estendida na rede do sonho
Bicando estrelas salpicadas
De orvalho da noite de junho.
Restos de plantações irrigadas
Espigas estendidas no varal
Arrancadas do escasso milharal.