Esiagem

Estiagem

Olho a linha azul do horizonte

Mergulho na relva do infinito

Vôo nas asas do vento

Espargindo o pólen da germinação

A tarde sacoleja o milharal

Grávido de as espigas

Reproduzidas no nosso chão.

Chega a estiagem

O sol cresta e arrasta

Tal qual o fogo da paixão

Surge a lua fria

Migram andorinhas

O céu empalidece.

Debruçada no vento do desejo

Estendida na rede do sonho

Bicando estrelas salpicadas

De orvalho da noite de junho.

Restos de plantações irrigadas

Espigas estendidas no varal

Arrancadas do escasso milharal.

Roseli
Enviado por Roseli em 15/02/2007
Código do texto: T382230