Serra em versos da Ibiapaba
Naturalmente sou integrante da litosfera
Estou numa altitúdica distância vertical
Ao longe do nível do mar
Por entre nebulosas nuvens de algodão
E ainda tenho sonhos para mais alto voar
Um chão histórico e recheado de amor
Tentam me ferir, mas consigo resistir e ser paixão
Sou produzida de rocha, neblina, floresta e poeira
Com substâncias minerais agregadas à terra
Pertencente à uma raiz indígena primeira, sou Serra
Sou resultado de um processo geológico
Refúgio e proteção para os animais
Sou abrigo natural, e ainda tenho casinhas brancas
Tenho lindas flores, belas árvores e também o mel
Exuberante colina divina que se aproxima do céu
Sou morada livre dos passarinhos
Vida, arte, estudo, desejo e sensação
Do meu corpo deságuam cachoeiras
Da fertilidade do solo, brotam alimentos em cada semente
Com raízes do agro plantado plenamente
Recebo raios do sol para iluminar minha extensão
Onde a lua me faz companhia
Sou aprazer perfumando as noites serenas
As matas verdes sombreiam e amenizam o verão
Muralhas se estendem ao sopé beijando o Sertão
Tenho nevoeiro suave e cheiro bom de areia molhada
No topo, também sou planície com riqueza agrária
Propriedade da humanidade, destino turístico procurado
Passam por mim, ventanias impetuosas soprando fantasia
Sou montanha altaneira buscando paz todo dia
Onde reina o vigor das vontades do agricultor
Exalo orvalho nas manhãs pra resfriar o calor
Depois da chuva, o nativo crer no inverno que desaba
Ainda tenho nascentes de águas límpidas que se despejam
Feito véu, pela cabeceira do riacho Ipuçaba
Obra da graça de Deus, Chapada abençoada
Produzo flores, frutas e verduras em cada pomar
Recanto verde com fogo da luz solar
Residente lugar de esperança que nunca se acaba
Prosperidade pública eternamente, eu sou a Serra Ibiapaba