Ela é selvagem, mas me ama

Ela é selvagem, mas me ama

Meu Ranchinho de sapé no terreiro tem meu Galo Ganisé

Meu pasto minha vaquinha meu Cavalo Pangaré

Tenho uma cabritinha que dá leite e é mansinha

Eu Moro numa tapera parede de Estuque coberta de Sapé

Lá no alto na chapada onde não vejo mais nada

Minha Foice meu Facão minha Espingarda e um saco de munição

Meu Rancho é uma tapera pouco a pouco está caindo

Nem por isso o abandono e ao tempo vai resistindo

O Vento a sopra quase cai, mas como diz o velho ditado.

Enquanto Morador não sai aquela casa não cai.

A casa não vai cair escorei os quatro cantos com varas de Madeira Eu não vou abandonar esse som da cachoeira

Água que nasce na Fonte e desse a montanha Rochosa abaixo

Para se perder no Horizonte; e transformar em um Riacho.

Eu não tenho outro objetivo não tenho quem me dê incentivo

Prefiro viver nessa montanha em comtato com o perigo,

A Onça ronda por perto esperando o momento certo

Querendo pegar meu cavalo ela comeu o Bezerro jaguatirica

Comeu meu Galo a uns quinze dias apareceu uma índia

Perdida saiu da mata, nua como se vem ao mundo eu a peguei

Num segundo

Ela já amansou comigo com essa não corro perigo

No começo ficou difícil agente se entender, ela não sabia mais nada

Mas amor sabia fazer.

Faltava objetivo minha vida ganhou sentido eu agora desço A colina

Com o Pangaré carregado para vender no vilarejo

O que tenho cultivado

A índia aprendeu a viver do meu jeito eu a trato com carinho

Ela me trata com respeito agente se da bem na cama

Ela é selvagem, mas me ama.

jômuniz
Enviado por jômuniz em 29/01/2007
Código do texto: T361973
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