Ela é selvagem, mas me ama
Ela é selvagem, mas me ama
Meu Ranchinho de sapé no terreiro tem meu Galo Ganisé
Meu pasto minha vaquinha meu Cavalo Pangaré
Tenho uma cabritinha que dá leite e é mansinha
Eu Moro numa tapera parede de Estuque coberta de Sapé
Lá no alto na chapada onde não vejo mais nada
Minha Foice meu Facão minha Espingarda e um saco de munição
Meu Rancho é uma tapera pouco a pouco está caindo
Nem por isso o abandono e ao tempo vai resistindo
O Vento a sopra quase cai, mas como diz o velho ditado.
Enquanto Morador não sai aquela casa não cai.
A casa não vai cair escorei os quatro cantos com varas de Madeira Eu não vou abandonar esse som da cachoeira
Água que nasce na Fonte e desse a montanha Rochosa abaixo
Para se perder no Horizonte; e transformar em um Riacho.
Eu não tenho outro objetivo não tenho quem me dê incentivo
Prefiro viver nessa montanha em comtato com o perigo,
A Onça ronda por perto esperando o momento certo
Querendo pegar meu cavalo ela comeu o Bezerro jaguatirica
Comeu meu Galo a uns quinze dias apareceu uma índia
Perdida saiu da mata, nua como se vem ao mundo eu a peguei
Num segundo
Ela já amansou comigo com essa não corro perigo
No começo ficou difícil agente se entender, ela não sabia mais nada
Mas amor sabia fazer.
Faltava objetivo minha vida ganhou sentido eu agora desço A colina
Com o Pangaré carregado para vender no vilarejo
O que tenho cultivado
A índia aprendeu a viver do meu jeito eu a trato com carinho
Ela me trata com respeito agente se da bem na cama
Ela é selvagem, mas me ama.