DE AMORES E LIBERDADE

(a José Cláudio Machado, músico e cantor nativista)

O crepúsculo cinzento levanta as pestanas

e a estrela boieira tironeia no céu

qual uma tordilha venta rasgada.

Riscos azulegos descambam no horizonte.

Uma tropilha de aporreados se solta campo fora

e se estrepa nos peraus do pensamento.

Vividas pautas de amores saludam os pelos tordilhos

de minha própria cumeeira de pensar e viver.

Já troco os passos de tango, mas fica o rastro.

Entreveros marcam, na tarca andarenga,

os talhos da afiada xerenga.

São tristes os cambichos marcados

pelas recolutas das tropilhas da saudade.

Na boléia do vento – sotreta – ainda bombeia,

com olhar de águia, a china Liberdade!

– Do livro O CORAÇÃO ABRE A CORDEONA, 1978/2007.

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/35922