este (i)mundo e seus prazeres e Cidade fulge, de Sebastião Bemfica Milagre
este (i)mundo e seus prazeres/ por efêmeros e engano/ já não quero.// as fortuna e sua face (...)// ver a glória [terrenal] (...)// o prestígio e seu fascínio (...)// a luz da sabedoria (...)// os bens de o poder e fama (...) // da mulher, o corpo e o campo (...) // ser amado e ser benquisto (...)// ser lembrado e ser bem visto (...) // esta vida,a própria vida (...)/ já não quero. (MILAGRE, 1986, p. 91-92)
Cidade fulge
Na industriaria/ (...)
Na siderurgia (...)
Surge e exsurge
Na estudoria.
Mas engatinha
No alto Laginha.
Cidade malho
Trabalhadoria
Tarefa calo
Comercioria
Beleza salta
Na praçaria;
Cidade-não
De pé no chão
No catalão.
Cidade-novo
De povo novo
Sem bitolia,
Povo que a sorvo
Não admite
Paternaria
Do próprio esforço;
Sozinhamplia
Transformaria;
Mas da pobreza
Geme a dureza.
Cidade forte
Aspira muito
Celebra a arte
No amanhã-dia,
Já sem Laginha
Que engatinha,
Sem catalão
de pé no chão
(MILAGRE, 1986, p. 45-6)