A XAMADA DA CUMADE ZEFINHA

Cumade Zefinha,

Muié paridêra,

Muié gemedêra

Dibaxo dos pano.

Cumpade Biano,

Preá de roçado,

Vivia aguiado

Na boca do cano,

E assim todo ano

Nascia um safado.

O mais ingraçado

De toda essa histora,

É qui vinha a hora

Do armoço sagrado.

Cumpade agitado,

-Que Deus tape as oiça!

Berrava cum as moça,

Xingava os danado...

Cumade do lado

Brincando cum as lôça.

Vinte e oito prato,

Vinte e oito vida,

Pra tu dá cumida...

-Fico istupefato!

É ispaiafato

Cum tanta cuié,

Grito de muié,

Traque de artefato,

Tropa de gaiato,

Turma buscapé.

Então vinha a fila,

Cunade Zefinha

Pegava a listinha

Daqueles gorila.

Ficava tranqüila,

Lia os apilido...

Cumpade iscundido

Feito uma chinchilla,

Cumade disfila

Os adiquirido:

Saculejo, Socó e Aburricida – Presente.

Zé Tetéu, Chico Preto e Bacurau – Presente.

Barriguda, Fininha e Pica-Pau – Presente.

Lata D’água, Pincel e Formicida – Presente.

Fedegoso, Chorona e Atrivida – Presente.

Come-Dorme, Dentuço e Lentidão – Presente.

Abestado, Zambeta e Fura-Pão – Presente.

Coco-Seco, Sabugo e Remexida – Presente.

Vaca-Branca, Cochicho e Avinida – Presente.

Trovoada, Sumiço e Camarão – Presente

Vô gritá até treis. Sem confusão,

Voceis vem e se seive:

Ó-I O P-I-R-Ã-O!

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 30/01/2012
Reeditado em 30/01/2012
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