CO-LO-NOS-CO-PIA I US DOIS CUMPADE
Dois cumpade cunvessando
Sobre dô, sobre duença,
Dus tempo da vida véia,
Cum respeito e cum licença.
-Cumpade faz quantos ano
Qui tu num vai u dotô?
-Cumpade pa sê sincero
Num me alembro, não sinhô.
-Pois eu me alembro tudinho
Qui aconteceu cumigo.
Me deu uma dô danada
Bem aqui nu pé du imbigo.
-Mais cumpade Sivirino
Quando foi qui açucedeu
Essa dô tão disgraçada
Qui o cumpade num morreu?
-Vosmicê diz qué amigo
Mais preste bem atenção:
Brincadêra é brincadêra
E eu num gosto disso não.
-Mi discupi Sivirino,
Tu sabi cumequié.
Brincá cuntigu faz parti
Da vida du amigu Zé.
-Tá discurpadu. Ispricandu
O diabu da dô du imbigo,
O dotô recomendo
Um izame. Eita pirigu!
-Pirigo pruquê cumpade,
Era coisa du ôto mundo?
Ô u cumpade comprendeu
Qui era um troço mais profundu?
-Cumpade Zé diga logu
A sua precepição.
U cumpade cumeu hoje
A carninha du pavão?
-Eu fiquei aqui pensando
Num izame quié lascadu...
Aqueles rapaiz alegue
Cum certeza tem gostadu.
-Taqui, ele tá iscrito,
É a co-lo-nos-cu-pia.
Só di fala nesse nome
Meus cabelu siarripia.
-E tu vai fazê cumpade
O izame da manguêra?
Quando tu saí de lá
Tá sem a tripa gaitêra.
-Vô fazê cumpade, vô,
De menhãzinha tô lá.
Eu só tô cum munto medu
É di mi acustumá.
29/01/2012
ALMacêdo