A Peixeira do Paraibano
A peixeira do Paraibano
Num é uma airma quaiquer
É a extensão do coipo do cabra-macho
Sabe cuma é!
É seu amancebo, sua grande companheira, quase sua muié!
Lâmina de aço, cabo de madeira
Na caça, na pesca ou inté no mei de feira
Ela tá presente: pontiaguda e matadeira!
Costuma-se cortar o rabo, rasgar titela e apartar cabeça!
Tem muita serventia: corta carne, fura cocô, apara unha, aponta lápis, prepara fumo, capa bicho e ainda faz muito cabra deixar de dizer asneira!
E quando o cabra tá invocado...
Sabe-se que pra estraçalhar é uma beleza!
Basta vê os picadin de peixe que ficaru na geladeira!
Num pode dá bobeira!
Pode ser inté traiçoeira
Num é de brincadeira
Se escapulir, leva pedaço de dedo, tora junta e faz jorrar sangue feito torneira!
Não é bom se meter a besta
Cabra que usa peixeira é sempre um tiquim aperreado e chei de besteira!
Num gosta de leriado, liberdade ou piada sem eira nem beira
Se perder as estribeiras...Já disse! É pontiaguda e matadeira!
Nem garrucha, arco e flexa, bate-bucha ou baleadeira
Cabra-macho não abre mão da arretada faca peixeira!
Bainha de couro, gume laminado e cabo de madeira
Fiel à cintura do sertanejo, só se aparta nas horas derradeiras!