O Índio Affonso - Uma lenda atravessa rios e o tempo - um metro de peito...

Quem ainda não ouviu falar deste caboclo
Do lendário Índio Afonso das Barrancas lá do rio?
Ouvi dizer por meu Tio com muito orgulho e ardor de embarcações que salvara 
Das vidas que resgatara das águas tumultuadas um metro de peito ele tinha
No corrente encachoeirado Paranaíba remador e nadador bem presente
Nestes muitos salvamentos mas que era perseguido como se fosse um bandido...
Devido ser diferente socialista verdadeiro ajudava toda gente também dela se servia
Tivesse fome comia só depois avisaria que bifara alguma rês por vezes acontecia
Fazendeiros de outra filosofia porém pouco se importavam não era esta a questão...!

Na Província de Goiáz cidade de Catalão onde a briga ficou feia ali lutava com dez
Até com mais que viessem da Milícia na Comarca foi ali que deixou marcas 
A fama de anti-herói cresceu depois do que acontecera
À sua querida irmã agredida estuprada
Não quis saber de mais nada senão castrar ofensor na outra margem do rio!
Decepou os “documentos” e depois deste momento tornou e encontrou a irmã
Que no rio se jogara fugindo do agressor cá estava salva e sã!

Da polícia diversas vezes escapou 
Da última estava na balsa rio a baixo
Levado pela Justiça saltou para uma galhada que passava ao seu alcance
Soldados engatilharam não dispararam
Por ordem do comandante liberando nosso ente
É que o Juiz do lugar - Bernardo Guimarães famoso Escritor Autor de romances
Dentre os quais -  “Escrava Isaura” e também “O Índio Affonso” - 1860
Sabedor da inocência do nosso grande parente
Ordenou a muita gente que o deixassem em paz.
Foi assim que o comandante com seu gesto tolerante
Cumpriu as ordens de cima num instante!


Nobre povo estivera por estas bandas de cá
Notara insinceridade reinante por aqui
Se aproxima não gosta voltando se embrenha lá nas Matas do Xingu
que tristeza quando li!
Segundo me relataram o porte atlético apontava para o lado dos Xavantes
Affonso então descendia desse grupo da etnia brasileira
Não foi a primeira vez de cruzamentos de raças
Desde Cabral que se passa o sangue pra outras veias.
Descendo dessa família pela nossa Avó Maria
Tinhas traços desse povo se me lembro o seu cabelo
O mesmo do índio Affonso...!

Não tenho um metro de peito quanto a isso dou um jeito
A musculação resolve desde que eu faça direito!


Sobradinho -DF,                 13/01/07     -       abello