O PASTÔ DAS UVÊIA
João 10,1-10
Se num entrá pur a porta
Num pode sê o Pastô,
É caba de vida torta
Qui nunca sindireitô.
O Pastô iscuta a vóiz
Da uvêia disgarrada,
Mete os pé pur as estrada
Inté a uvêia incrontá,
E quando incronta é uma festa,
Dá gosto de nóis oiá.
Diz o Pastô: Sou a porta,
A porta das minha uvêia,
Tombem num puxo as uréia
Se elas num quisé entrá,
Elas tem a liberdade
E eu num vô cuntrariá.
O Pastô traiz a cumida,
O ladrão bota o veneno,
O Pastô cuida da vida,
O ladrão rôba num aceno,
Distrói mais vida qui mata
Cum avidez in abundança,
Ataca véio e criança,
Isso ninguém mais se ilude,
Mas quando o Pastô se achega,
As uvêia se aconchega
Tendo vida in prenitude.
ALMacêdo