O pote

Ando pelas ruas

Procurando um pote

Daqueles de barro cozido

Daqueles das feiras

Daqueles do agreste

Daqueles do gato no pote

Um pote bem vermelho

Bem redondo

Para uma água de chuva

Que o homem do tempo disse, no telejornal,

Que vai chegar

Meu avô não precisava do homem do tempo

Olhava para o céu e lia tudo

Chuva e seca

Brisa e temporal

Perdi-me em ignorâncias

E preciso do homem do tempo

Para me dizer da chuva

Que me trará a infância

De pés descalços e enlameados

Entre pingos e risos

Para guardá-la no pote

E degustá-la todos os dias

Em pequenos goles.

Janilson Carvalho
Enviado por Janilson Carvalho em 20/12/2011
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