CRUEL TRAIÇÃO

Desanimado com a brava seca do sertão

Deixei o meu roçado e a Mariazinha

Partir para a capitã de São Paulo

Em busca de uma mior sorte.

Lá trabaéi, ganhei dinheiro,

Mas um dia eu resolvi vortar

A saudade era grande

Eu vivia a chorar

Queria vê minha famia

E a Mariazinha abraçar.

Mas quando seu moço

No meu ranchinho cheguei

Vi, lá perto do paió

A Mariazinha deitada,

Agarradinha com outro

No maior xodó.

Perdi o rumo da vida

A Mariazinha tinha me traído,

Fiquei louco, desesperado,

Valente e atrevido.

Gritei com voz forte:

Mariazinha eu vortei!

Eu sou seu marido

E vancê é minha muié,

Juramos no pé do artar

Com muito amor e muita fé.

Mas a Mariazinha seu moço

Nem se quer prá mim olhava,

Faceira e sorridente

O cabra ela beijava.

Sentir naquela hora o cheiro da morte;

Da cintura puxei o meu facão,

Chorando matei os dois

Com sangue eu cortei o laço da traição.

Mas minha dor cresceu seu moço

E atravessou o meu coração,

Quando vi a Mariazinha morta

Nos braços do meu irmão.

Terezinha Teixeira
Enviado por Terezinha Teixeira em 28/11/2011
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