REQUIEM Á SOLIDÃO
Tocam os sinos na altaneira torre…
Por entre as esqueléticas ramadas
Das árvores outonais, enrugadas,
Empalidece o sol, esfria e morre!
Enfaixam-se molhos de farta lenha
Que foi recolhida em montes cinzentos.
A tosca carroça já ruge, prenha,
A alquebrar os dorsos dos jumentos.
As lareiras insaciáveis já clamam,
O crepitar das doiradas fagulhas.
Aquecem crespas mãos que se derramam
Na arte fina do linho-cru e agulhas....
Tez ressequida pela vida árdua,
Tão parca de sortes e de venturas,
Eis-te aqui, Mulher, vestida de mágoa,
Envolvida em xaile de amargura!
O Inverno está chegando a cada hora,
O vento faz serenata à tua porta,
Um dia, quando o frio for embora.
Encontrar-te-ão, triste... E morta!
Enfaixam-se molhos de farta lenha
Que foi recolhida em montes cinzentos.
A tosca carroça já ruge, prenha,
A alquebrar os dorsos dos jumentos.
As lareiras insaciáveis já clamam,
O crepitar das doiradas fagulhas.
Aquecem crespas mãos que se derramam
Na arte fina do linho-cru e agulhas....
Tez ressequida pela vida árdua,
Tão parca de sortes e de venturas,
Eis-te aqui, Mulher, vestida de mágoa,
Envolvida em xaile de amargura!
O Inverno está chegando a cada hora,
O vento faz serenata à tua porta,
Um dia, quando o frio for embora.
Encontrar-te-ão, triste... E morta!