Todos.
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mar de recifes,
destino seco.
e aquela linguagem de louças e letras,
protegida pelas mãos da babá francesa,
toma seu banho abissal
de boas paragens...
poesia, arte do povo.
o povo, vestido de fábula,
vestido de dom sebastião,
vestido de corpo nu
não sabe da poesia
o indelével dos que preenchem prateleiras
mascando chicletes de menta em seus gabinetes,
vestidos de farda,
vestidos de ouro,
de cetim do oficio.
o poeta do povo mal sabe,
mascando famintos de duras paisagens.
empalita os dentes, escreve durezas e doidices
de rapadura pagã
e come e soberba a carne do mundo
até o gargalo.
o gargalo é o sem corpo.
e o poeta do povo é um habitante só
que migra.
Patrícia Porto