MACAÚBA



Majestosa, acena a palma,
toda calma,
toda ninho
nesse restinho
de verde vasto.
Majestade, fincada
no pasto
(no peito, qual espeto),
num gorjeio de pássaro
— pássaro-preto,
a graúna.
Protege no teu espinho
delgada madrugada
dengosa coroa de carinho
sobre um desejo gasto.

(Cúmplice do tempo,
Quanta lembrança se arruma.
Até se considera glorioso,
mas a saudade é verruma.)



Poema integrante do livro "Junco do Quintal".
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 31/10/2011
Reeditado em 31/10/2011
Código do texto: T3308877
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