RAPADURA *


Dão-lhe agora a moita de cana
E ontem lhe exigiram rapadura...
Dão-lhe a candura
Imprudente, sacana
Cárie do dente,
E ontem lhe deram doçura
Da infância transcorrida
— rascunho de vida
Amargosa tão de repente,
Como pólens da flor madura
A se soltar do pendão, na corrida
Duma missão futura.


* Poema integrante do livro "Junco do Quintal".
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 31/10/2011
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