PICA-PAU*
O dia hoje é branco
- manhã de domingo perfeito –
E já te anuncias em solavanco
Voo grotesco nado-de-peito:
Pica-pau canta em alvoroço
Decerto surpresa bonita.
Põe, ora, nossa mesa de almoço
Para quem hoje fará visita.
Bem ali, vê na curva da estrada,
Quem se desponta – de vermelho,
E vem dengosa e apressada
N´um vento que lhe assopra o cabelo...
Quem, pica-pau quando canta alegre,
Quem esfria lento o café na bandeja,
Dispersa lírios por todo casebre,
Atarraca o pescoço e ainda me beija?
Essa mulher, tão domingueira,
Quando a tarde sobe o canavial,
E sobre mim, demorando na esteira,
Quem é ela, quem é, pica-pau?
* Poema integrante do livro "Junco do Quintal"
O dia hoje é branco
- manhã de domingo perfeito –
E já te anuncias em solavanco
Voo grotesco nado-de-peito:
Pica-pau canta em alvoroço
Decerto surpresa bonita.
Põe, ora, nossa mesa de almoço
Para quem hoje fará visita.
Bem ali, vê na curva da estrada,
Quem se desponta – de vermelho,
E vem dengosa e apressada
N´um vento que lhe assopra o cabelo...
Quem, pica-pau quando canta alegre,
Quem esfria lento o café na bandeja,
Dispersa lírios por todo casebre,
Atarraca o pescoço e ainda me beija?
Essa mulher, tão domingueira,
Quando a tarde sobe o canavial,
E sobre mim, demorando na esteira,
Quem é ela, quem é, pica-pau?
* Poema integrante do livro "Junco do Quintal"