Cinzento em paia
Um cinzento tapete no chão se ispaia em pura paia
Nesse sertão onde o frio queima de noite
De dia a quintura é tar qua fornaia
A valença é que a água de beber
Nóis refresca nas muringas e taias
O chão dos fundos das barragens e açudes
Chega retaia como teia de uma maia
É de rachar em riscos das canelas aos pés
Mas o sertanejo é fervoroso
É de sua essência ser esperançoso
Resistente como os símbolos do agreste
Mandacaru e palma
Na lida da diária bataia