Cinzento em paia

Um cinzento tapete no chão se ispaia em pura paia

Nesse sertão onde o frio queima de noite

De dia a quintura é tar qua fornaia

A valença é que a água de beber

Nóis refresca nas muringas e taias

O chão dos fundos das barragens e açudes

Chega retaia como teia de uma maia

É de rachar em riscos das canelas aos pés

Mas o sertanejo é fervoroso

É de sua essência ser esperançoso

Resistente como os símbolos do agreste

Mandacaru e palma

Na lida da diária bataia

Luiz Brandão
Enviado por Luiz Brandão em 17/10/2011
Reeditado em 19/10/2011
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