Retirantes
O pisar de tua sola nesta terra ardente
A desgraça se faz como onipresente
Tua cuca queimada pela luz do agreste
Da lavoura,
Poeiras,
Restadas,
A peste.
Toda dor de uma vida nas resenhas de um quadro
Tinta feita de lágrima ligada ao passado.
Esperança que brota em massa cinzenta
Gigantes de concreto feitos por gente.
E em meio a Caatinga deste peito meu
Quem domina o suor de uma vida?
Cresceu,
Vendo a busca da sombra em lugar algum:
-"Este pó que restou do meu grão de Andu."
E os trapos de chita sobre a pele seca
Um descanso solitário entre as aroeiras:
-"Levo um poço sem fundo pesado em meu ventre"
-"Eu carrego a inocência, ainda presente."
E em meio a Caatinga deste sertão meu:
-"Sou um bravo guerreiro caminhando
Só.
Deus,
Já vi ossos e peles
corpos frios
No calor
Alma deste sertão
Retirante,
eu sou!"
(Algo diferente do que escrevo!)