Retirantes

O pisar de tua sola nesta terra ardente

A desgraça se faz como onipresente

Tua cuca queimada pela luz do agreste

Da lavoura,

Poeiras,

Restadas,

A peste.

Toda dor de uma vida nas resenhas de um quadro

Tinta feita de lágrima ligada ao passado.

Esperança que brota em massa cinzenta

Gigantes de concreto feitos por gente.

E em meio a Caatinga deste peito meu

Quem domina o suor de uma vida?

Cresceu,

Vendo a busca da sombra em lugar algum:

-"Este pó que restou do meu grão de Andu."

E os trapos de chita sobre a pele seca

Um descanso solitário entre as aroeiras:

-"Levo um poço sem fundo pesado em meu ventre"

-"Eu carrego a inocência, ainda presente."

E em meio a Caatinga deste sertão meu:

-"Sou um bravo guerreiro caminhando

Só.

Deus,

Já vi ossos e peles

corpos frios

No calor

Alma deste sertão

Retirante,

eu sou!"

(Algo diferente do que escrevo!)

Thaísa Yukari
Enviado por Thaísa Yukari em 06/10/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3261158
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