ADEUS MEU SERTÃO...
O vento quente agride minha
face
o sol no meu corpo
arde
o clima árido deixa meu respirar
cansado
bebo uma água barrenta,
pra tentar me hidratar
mas a boca volta à secar rápido
não estou no deserto do Saara
em vez de camelo,
tô montado numa mula
eu sou um nordestino brasileiro
que há anos sofre com a sêca
Me assusto quando
eu escuto o som estridente
do sanguinolento carcará
choro porquê aqui
não adianta plantar
mais nada
os Governos mudam de mãos
mas no sertão a minha situação
é a mesma
olho pro céu,
esperando um milagre
mas nada de chuva
Meu corpo arde
não aguento mais ficar aqui
vou deixar a Caatinga
vou tentar a sorte
pra minha vida sofrida
dar um novo norte
à DEUS peço sorte e proteção
estou dando adeus pro meu sertão