De chimarrão, laço e guitarra
No meio da madrugada
Como é bom chimarronear
Só no silêncio da noite
Consegue-se o coração escutar
Minuano como um açoite
Nas flores da guanxumeira
Murmúrio brando de sanga
Na figueirilla derradeira
Que cisma rebrotar no outono
Entre a picada e a clareira.
Conto pra guitarra
Meus ressábios e segredos
Ela muy me conhece
Pelo pontear dos dedos.
O dia amanhece
Num velo amarelado
Encilho o bagual e calço espora
Que é rebanhar o gado:
Terneiro e leiteira no campo dos fundos
O resto reponta pra o campo dos lado.
Um osco fez que se nega
Capão e pacholeador
Saco meu quatro braças
E troco de ponta pra o corredor
Armada certeira qual desgraça
Ayuyo e convido o cavalo
Cucharreia com ilhapa nas guampa
Eu por fula, pago o pialo
E levantando submisso segue a tropa
Sem sinuelo pra guiá-lo.