VILA RICA

Em cada rocha

fragmentos de um passado

cálido e calado...

Silêncio de senzalas

de cem almas

de mil almas...

Ressoa no ar como

o estampido

de um tiro no escuro.

Teus muros de carne

ossos e gente

- tanta gente! –

desabaram dia após dia.

Teu Ouro Preto

na verdade era o sangue

de tantos negros

arrancados de seus

pobres pelegos.

E na riqueza de poucos

a desgraça de tantos

e uma lágrima de ouro

se solidifica

clamando por ti

Vila Rica.

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 06/07/2005
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