SÃO PAULO MINHA MUNDANA
Cidade de luzes e feridas,
Tu me seduzes nas ilusões mais perdidas.
Cadê você?
Envolta em situações mórbidas.
Sempre governada por pessoas sórdidas.
Onde estão?
Tua poesia, tua garoa?
Vives sem destino, meio à toa.
Cadê teus monumentos e prédios?
Pichados! Rabiscados!
Estás nua,
Sem nada, crua.
Cresce desordenadamente
Sem justiça, sem saúde.
Doente e ausente
De si e para todos,
Toda ligada
E ao mesmo tempo separada.
São Paulo minha Mundana,
Bela e profana.
Retrato amargo do desleixo.
És imperfeita, mas não te deixo.