FANTASMAS DE UM TEMPO REAL


Meus sonhos me levam
Pela Estrada Real
E o peso dos meus passos
Arranca gemidos da poeira.

Olhos - entre as folhagens - me vigiam:
Fantasmas de um tempo de dor
Onde se punia os sentimentos,
Ainda que fosse o amor!

Estrada estreita, de curvas e medos,
Que não permitem ver o horizonte.
Há mistério, magia, segredo...
Por detrás de cada monte.

Em Ouro Preto, à luz da lua,
Sinto no corpo um arrepio!
A história ressurge gélida e nua
Embalada por um vento frio.

Gritos, sussurros, lamúrias...
Chicote, punhal, grilhões...
Gemem as seculares pedras, em penúria,
Vomitando sangue, desejos, ilusões!

Sinto o cheiro das Leis, das algemas,
Que não puderam calar a verdade.
Não se pode algemar sonhos...
Não se prende a eternidade
!






Alexandre Brito - 31/07/2011
(*) Imagem: Google





Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 31/07/2011
Reeditado em 01/08/2011
Código do texto: T3131487
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