O MEU SERTÃO
O MEU SERTÃO...
Conheci uma terra de fendas no rio muito abertas,
Que faz da areia espalhada um deserto,
Deixando as batatas das plantas nativas encobertas!
É terra de muito sol,
Com poucas arvores com flores que brotam,
De caminhos entre galhos secos, ladeados por animais que morrem!
Nela vejo ao longe algumas algarobas,
Também vejo mandacaru com seus afiados espinhos que cortam,
E parte de sua paisagem, a favela, que ao tocarem a pele queima e coça!
Nas montanhas, todas em sua aparência de pedra,
Algumas em sua elevação final, contendo pequenas crateras,
E, quando de longe observadas, parecem em seu ajuntamento grandes brechas!
Do alto, o gavião observa tudo que se move,
De baixo, o carcará se aproxima de tudo que aos poucos morre,
Numa luta de vai e vem deixando os pequenos animais a própria sorte!
O sertanejo que vive nesta terra,
Não é um coitado que a vida esquece,
Antes, um cabra danado de valores que prestam!
Guerreiro de luta valente,
Aos problemas da seca um sobrevivente,
Pois, apenas com as primeiras chuvas fica logo contente!
Com a terra molhada pega a inchada na mão,
De madrugada sai com a família para a plantação,
Com semblante feliz e passos de campeão!
Ninguém acredita como ele,
Por sua terra, está disposto a pagar com o suor o seu preço,
Amor que recebeu de seus pais desde cedo!
Ah! Se no Brasil, políticos agissem assim,
Se por sua terra houvesse um amor sem fim,
Diferente seria o sertão, com facilidade de investimento para ali!
Em lugar de castelos,
Teríamos terras por plantações cobertas,
Gado, leite e fartura para manter nossa família por perto!
Enquanto não,
Vejo o homem do sertão,
Fazer ao romper do dia o seu pedido de ajuda, por uma insistente oração!
Essa é a historia de uma terra,
Criada por Deus... Sublime... De formas tão belas,
Onde as pessoas em sua cultura conhecem o significado de espera!