Poema sem nexo
Um relâmpago rasgou o céu
e uma alma morta
ressucitou junto com o chão
prá comer do pão
que o diabo tirou
das mãos de Deus.
O espinho de um faxeiro
lambeu ligeiro a última gota de sangue
da carne escangalhada.
O nambu bateu as asas
deixando prá trás um corpo
branco prá ser torrado pelo sol.
Foiçadas. A carne crua
desmoronando e a boca
comendo da terra que o cevou.
Acordou com o cheiro de Joana
na cama lembrou de Ana
e do ódio que a envenenou.