Poetizar lá no sertão
Lá vem o seu Jacinto,
Não é muito sucinto.
Com muito instinto,
Sincero e muito distinto.
Seu terninho amassado,
Há tempo foi comprado,
Tá até um pouco surrado,
Parece nem ser amado.
Seguindo pelos sertões,
Preenchendo as solidões.
Entonando suas canções,
Afagando os corações.
Ele parece velar,
Levar prá todo lugar,
Seu belo pensar,
A vida poder cantar.
Ao ouvir sua canção,
Encontra logo um peão,,
Bem pertinho do chão,
Logo lhe dá um sermão.
Já quero lhe proclamar,
Não adiante querer consertar,
Não deve amor tencionar,
Minha amada querer amar.
Eta ciúme viciado,
Deste homem arretado,
Deve ser um desmiolado,
Mexer com o pobre coitado.
Eu só quero poetizar,
O amor poder cantar,
De sua vida até falar,
E a todos encantar.
O peão se enche de amargura,
Reconhece sua ternura
Agora ele até já atura,
Jacinto em sua candura.
Ele já sai sorrindo,
Já esta muito atraindo,
Aos poucos vão seguindo,
Diferenças diminuindo.