Meu olhar
Quando o dia surge
Beijando a mata virgem
Ao longe, na curva do rio.
A natureza itaubalense se manifesta
A exuberante obra do criador!
É nesta hora de frenesi
Que o homem caboclo
Desliza sua canoa lentamente
Pelo espelho d’ água que se forma
A buscar nas águas do piririm
O alimento que o rio-mãe
Gentilmente lhe oferece.
A brisa suave das manhãs
E o balé das garças sobre a relva silvestre
Pintam a mais bela composição da natureza!
Uma beleza tão fantástica
Que mesmo o japim
Fora seduzido
Pelos traços multicoloridos
Da natureza itaubalense
Mas é quando
O dia se aproxima do entardecer
Que nossa composição artística
Fica ainda mais bela!
É nesta hora que o jaburu
Exibe sua perícia de voador
Talvez encantado
Com a beleza das bromélias
E a mucura do homem ribeirinho
A vida sossegada e simples do interior
E quando a noite se aproxima
O peão se confunde com a paisagem
Em busca do gado
Seu companheiro inseparável
Mas é quando o sol se põe, enfim.
Na linha do horizonte
Aguardando a lua que se aproxima
Seu eterno amor de juventude
Deixando para trás
Toda uma história de vida
A solidão de cada rosto amigo
A jorrar no seio negro da noite
Minha mente recorda
Toda a esteticidade contida
Toda labuta vivida
Em tão sublime criação
Jardim do éden
Repouso de primavera
Lar de negros,
Caboclos, brancos e mulatos.
Terra de sonhos e oportunidades
Assim é itaubal
Ontem, hoje e sempre!