Meu olhar

Quando o dia surge

Beijando a mata virgem

Ao longe, na curva do rio.

A natureza itaubalense se manifesta

A exuberante obra do criador!

É nesta hora de frenesi

Que o homem caboclo

Desliza sua canoa lentamente

Pelo espelho d’ água que se forma

A buscar nas águas do piririm

O alimento que o rio-mãe

Gentilmente lhe oferece.

A brisa suave das manhãs

E o balé das garças sobre a relva silvestre

Pintam a mais bela composição da natureza!

Uma beleza tão fantástica

Que mesmo o japim

Fora seduzido

Pelos traços multicoloridos

Da natureza itaubalense

Mas é quando

O dia se aproxima do entardecer

Que nossa composição artística

Fica ainda mais bela!

É nesta hora que o jaburu

Exibe sua perícia de voador

Talvez encantado

Com a beleza das bromélias

E a mucura do homem ribeirinho

A vida sossegada e simples do interior

E quando a noite se aproxima

O peão se confunde com a paisagem

Em busca do gado

Seu companheiro inseparável

Mas é quando o sol se põe, enfim.

Na linha do horizonte

Aguardando a lua que se aproxima

Seu eterno amor de juventude

Deixando para trás

Toda uma história de vida

A solidão de cada rosto amigo

A jorrar no seio negro da noite

Minha mente recorda

Toda a esteticidade contida

Toda labuta vivida

Em tão sublime criação

Jardim do éden

Repouso de primavera

Lar de negros,

Caboclos, brancos e mulatos.

Terra de sonhos e oportunidades

Assim é itaubal

Ontem, hoje e sempre!

ALCARIAS
Enviado por ALCARIAS em 25/04/2011
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