A lenda da Tuvira

A lenda da Tuvira

O rio são Lourenço guarda seus mistérios;

redemoinho é sempre em noite laureante,

O mexido do rio espalha notícia, começa os desvarios;

Sai do rio, a majestosa Tuvira em voo rasante;

Somente o isqueiro puro vê sua nudeza;

do corpo moreno à escultura;

Destila veneno sexual no puro, falsa delicadeza ;

Cabelos negros esvoaçam à altura.

Anjo no corpo, demônio na alma;

Cheiro de sexo denota sede de Tuvira;

isqueiro puro a desvirginiza com calma;

Dos céus, os deuses a ira.

O Pantanal escancara a metáfora;

Demônio feminil é pura sensação;

O ardente desejo em isqueiro aflora;

Fogo, lama dor desintegração.

Desvirginizam-se isqueiro e Tuvira;

Deitam-se no pântano; de gratidão chora a Seriema;

Gemem, suam, amor delira;

grito protetor de Seriema;

Sangue une os amantes;

Espocam faíscas ao vento;

Suplicam aos céus, gementes;

O grito lento;

Tuvira, deusa do São Loureço;

Lânguida, doce veneno;

fogo e paixão no começo;

no fim fel e veneno;

Sai do abismo, nutre isqueiro;

Expele do corpo o sal maldito;

Mata, fere, excita com seu cheiro;

Fogo, pântano, água, capim, delito;

Faísca de Tuvira fere isqueiro no choque;

Dois corpos se atraem deusa Tuvira;

lábios quentes , dilatam no toque;

isqueiro ardendo a paixão delira;

da paixão à morte;

coito de amor gozo e sofrimento;

suplicam a flama da morte;

o rio São Lourenço abafa a lenda é o fim terrificante do lamento.

EU,YA, SERLEY

Serley Silva
Enviado por Serley Silva em 04/03/2011
Código do texto: T2828033