A lenda da Tuvira
A lenda da Tuvira
O rio são Lourenço guarda seus mistérios;
redemoinho é sempre em noite laureante,
O mexido do rio espalha notícia, começa os desvarios;
Sai do rio, a majestosa Tuvira em voo rasante;
Somente o isqueiro puro vê sua nudeza;
do corpo moreno à escultura;
Destila veneno sexual no puro, falsa delicadeza ;
Cabelos negros esvoaçam à altura.
Anjo no corpo, demônio na alma;
Cheiro de sexo denota sede de Tuvira;
isqueiro puro a desvirginiza com calma;
Dos céus, os deuses a ira.
O Pantanal escancara a metáfora;
Demônio feminil é pura sensação;
O ardente desejo em isqueiro aflora;
Fogo, lama dor desintegração.
Desvirginizam-se isqueiro e Tuvira;
Deitam-se no pântano; de gratidão chora a Seriema;
Gemem, suam, amor delira;
grito protetor de Seriema;
Sangue une os amantes;
Espocam faíscas ao vento;
Suplicam aos céus, gementes;
O grito lento;
Tuvira, deusa do São Loureço;
Lânguida, doce veneno;
fogo e paixão no começo;
no fim fel e veneno;
Sai do abismo, nutre isqueiro;
Expele do corpo o sal maldito;
Mata, fere, excita com seu cheiro;
Fogo, pântano, água, capim, delito;
Faísca de Tuvira fere isqueiro no choque;
Dois corpos se atraem deusa Tuvira;
lábios quentes , dilatam no toque;
isqueiro ardendo a paixão delira;
da paixão à morte;
coito de amor gozo e sofrimento;
suplicam a flama da morte;
o rio São Lourenço abafa a lenda é o fim terrificante do lamento.
EU,YA, SERLEY